domingo, 15 de maio de 2011

Minotauro - Mini Old School part2


Dando seguimento ao Minotauro passei para a etapa de pintura. Decidi fazer algo diferente do meu habitual, parti para uma pintura utilizando o aerógrafo para agilizar o trabalho e ainda vou utilizar as cores do fundo, só tralhando à base de veladuras, para integrar figura e cenário e economizar tempo, uma técnica que utiliza Raul Latorre de Enigma para criar uma atmosfera e ambientar a figura, pode-se ler mais sobre o tema diretamente no fórum de Enigma Miniatures.

Inicialmente apliquei com aerógrafo uma camada de Desert Yellow da Vallejo, que serviu como fundo, a escolha por esta cor foi com o objetivo de facilitar o trabalho de ambientação uma vez que foi a cor que escolhi para pintar o cenário. Como estava com o aero na jogada resolvi aplicar umas primeiras luzes e sombras, para definir os volumes e marcar os planos de iluminação. Para as luzes adicionei Bleached Bone da Citadel com o que sobrou da cor anterior no reservatório do aerógrafo, apliquei uma iluminação de cima para baixo seguindo o padrão zenital. Logo após uma sombra bem marcada com uma cor fria, para isso utilizei o Shadow Grey da Citadel, que é uma cor carregada de azuis, o oposto do amarelo no círculo cromático, que é a cor predominante no Desert Yellow que serviu de base, trabalhando assim com um contraste extremo de quente/frio utilizando a cor complementária.


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Posteriormente adicionei alguns tons à pele para dar um pouco mais de vida à carne, trabalhei com veladuras de Teantacle Pink, Liche Purple da Citadel e Elf Flesh da Citadel e ainda Naranja Aleman da Vallejo.



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 Para as zonas de pelagem trabalhei com lavados, muito controlados do Wash Devland Mud da Nova linha de Washes da Citadel, uma gama que ainda não utilizei muito e queria experimentar. A parte interna da boca também recebeu um pouco do Devland Mud para ressaltar o relevo e ir sujando os dentes para dar um aspecto mais bestial.



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Prosseguindo adicionei tons às sombras da pele com Uniforme Ingles e Marron Oliva da Vallejo, trabalhando as pinceladas de cima para baixo da figura, sempre em direção aos pontos de sombras mais intensas e com a tinta bastante diluída, algo em torno de 1/4.



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Também usei os Inks Rust Brown e Skaven Brown da Citadel numa diluição de 1/5 para fazer um lavado suave nas áreas de pelo.



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Após comecei a trabalhar os metais, primeiro uma base de Bolt Gun Metal da Citadel, após adicionei Mithril Silver da Citadel ao Bolt Gun Metal e depois com Mitrhil Silver puro, sempre aplicando em uma área menor de superfície. Entre uma aplicação e outra sempre usando o secador de cabelo para acelerar o proceso de secagem e evitar fazer grumos na superfície. Em seguida adicionei sombras com Azul Marina Oscuro da Vallejo, após misturei um pouco de Negro da Vallejo ao Azul e depois de novo com Negro puro em alguns pontos. Os metais ainda não estão prontos, apenas defini os planos de luz e sombra, falta adicionar tons, texturas, fundir as transições e aumentar mais o nível de contraste.



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domingo, 1 de maio de 2011

Minotauro - Mini Old School

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Desde os anos 80 que eu cobiçava este minotauro, uma figura muito antiga da GamesWorkshop, quando ainda fabricava miniaturas de outras empresas como a Ral Partha e de algumas franquias utilizando o nome de Citadel Miniatures. É uma daquelas figuras emblemáticas de uma época, quando a hoje poderosa empresa era muito mais modesta. Se quiserem saber mais sobre a história da Citadel uma boa referência é o blog La Biblioteca de Albion




Esta mini reúne duas características que me atraem no hobby que são as figuras dos anos 80, e a temática da mitologia clássica. A mini apesar de antiga tem uma postura muito interessante e que se destaca do padrão da época, quando as figuras eram bem mais estáticas. A escala é 28mm, o monstro mede 38mm na linha dos olhos e está fundido em metal.

           Em 1986 foi lançado um livro sobre as minis da Games Workshop, sua produção, o universo ficcional, dicas de pintura etc e que se intitulava Heroes for Wargames onde na página 98 é possível ver uma foto deste minotauro, que foi produzido para a franquia Advanced Dungeons & Dragons, que na época era uma das licenças produzidas pela Citadel. Infelizmente o livro não traz créditos de pintura ou escultura, caso alguém saiba quem modelou a mini eu ficaria grato em saber. De acordo com o site Stuff of Legends a figura teria sido modelada por Aly Morrison, mas ainda não encontrei uma referência oficial.

Graças ao amigo Loorg do blog Mis Olvidadas Figuras fiquei sabendo que a figura saiu no Third Citadel Compedium e foi modelado por Nick Bibby, código ADD 86 Minotaur. Gracias Loorg!!




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Eu costumo me reunir com outros figureiros aqui do Rio Grande do Sul para pintar e trocar dicas de pintura. Nestas reuniões é comum o pessoal levar coisas que tem sobrando ou figuras que estão esquecidas para trocar ou vender, enfim, fazer um intercâmbio de materiais também. Em nossa última reunião, 19 de março de 2011, me deparei com este minotauro dentre as figuras que o Romano queria passar para frente, uma surpresa muito agradável!

A figura estava um pouco desgastada, tinha rebarbas pronunciadas e alguns detalhes estavam um pouco apagados, mas isto me deu mais estímulo ainda. A etapa de limpar e preparar a miniatura para receber o trabalho de pintura é algo que para mim é muito prazeroso, é o momento em que começo a mergulhar na figura, é a hora de observar os pequenos detalhes e começar a construir uma base sólida para contar uma história, é nessa hora que começo a analisar a figura verificando tanto defeitos quanto qualidades, como minimizá-los ou ressaltá-los. É também o momento de identificar locais de difícil acesso na hora de pintar. Um resultado final bem acabado não é fruto do acaso e sim resultado de um trabalho que inicia na fase de pré-pintura, o planejamento do trabalho irá refletir diretamente na qualidade da obra concluída.

Por ser uma figura clássica eu quis manter o mais fiel possível o modelo original, para isto me utilizei do livro como fonte de consulta. As partes de pelos eram as que estavam mais apagadas, além disso o encaixe da cabeça era muito imperfeito, faltava um dedo no pé direito e um na mão direita, o machado estava quebrado, a única mudança conceitual que fiz foi alterar as unhas dos pés que me pareceram muito limpas e regulares para um monstro deste calibre.

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           Para remodelar o pelo e demais detalhes utilizei a massa epoxy Green Stuff que é excelente para trabalhar texturas de pelos e por sua consistência emborrachada uma ótima opção para modelar formas orgânicas, naturalmente arredondadas. Para o machado peguei um pedaço de chumbo, um peso utilizado para balanceamento de pneus, e com umas marteladas achatei até a espessura que eu queria e após cortei e limei para obter o formato desejado.




 
Nesta fase pré-pintura eu costumo definir o cenário, evitando ter de manusear a figura pintada o que com certeza vai danificar o trabalho. Outro motivo de pensarmos e executarmos o cenário antes da pintura é a busca por uma ambientação mais adequada, o que vai ser fator determinante nas cores escolhidas (entonação com cores frias ou quentes, por exemplo). No presente caso, a idéia é retratar um minotauro em seu ambiente clássico, ou seja um labirinto, um calabouço subterrâneo, local desprovido de luminosidade natural, úmido e sujo. Para retratar este ambiente utilizei pedaços de rolhas que cortei em um formato retangular para representar pedras, porém as fiz irregulares, pois não era o piso de um palácio, mas uma construção rústica. Fiz também uma coluna com as rolhas, para quebrar a horizontalidade do conjunto. 

Não fiz fotos do processo, apenas após a reconstrução.

Seguem as fotos da figura pronta para iniciar o trabalho de pintura





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            Em breve novas postagens com a pintura do Minotauro!!


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terça-feira, 26 de abril de 2011

Pintura de uma Espada com Tintas Metálicas

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Passo a passo de pintura de uma espada utilizando tinta acrílica com pigmentos metálicos. As tintas usadas foram das Marcas Vallejo e Citadel, identificadas no texto pelas iniciais V ou C logo após a denominação de cada cor, a diluição é descrita na forma tinta/água. Esta é apenas uma das muitas maneiras possíveis de pintar metais, não é a intenção do artigo esgotar o tema ou definir padrões absolutos de certo ou errado. A superfície foi pintada com tinta metálica, mas utilizando conceitos empregados na pintura de metais não metálicos como iluminação direcionada e contraste de grande intensidade.



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1-      Quando utilizo tintas metálicas para pintar uma superfície simulando metal o primeiro passo é aplicar um fundo preto à superfície que irei trabalhar, pois propiciará uma base mais adequada para a imitação de metal, se a tinta metálica fosse aplicada diretamente sobre o branco resultaria num acabamento um tanto esbranquiçado e com pouca “profundidade”.

2-      Após aplico a capa base, sobre a qual farei todo o trabalho propriamente dito. Nessa fase o mais importante cobrir a superfície por igual, para que tenhamos uma base adequada para pintar, sem manchas ou zonas onde não houve uma cobertura homogênea. Aqui a cor utilizada foi Bolt Gun Metal(C), em geral costumo utilizar uma cor de tom médio e sobre ela trabalhar zonas de luz e sombra.

3-      Com uma mistura de Gun Metal(C) + Mithril Silver(C) acrescentei as primeiras luzes, sempre dando pinceladas que começam na região mais escura e terminam na mais clara, neste caso da parte mais central da espada em direção às bordas, desta forma obtenho um gume mais afiado para a espada, pois o pigmento sempre se concentra com maior intensidade no final da pincelada, assim sempre deve-se ter em mente em que ponto da superfície da miniatura queremos que ocorra esta maior concentração. Esta etapa foi repetida por duas vezes sendo a segunda com mais Mithril Silver(C) acrescentado à mistura.



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4-      Agora foi feito o inverso, ou seja, escureci o Bolt Gun Metal(C) acrescentando Negro(V) e comecei a marcar os pontos de sombra da espada, que passa a ter volumes bem definidos, esse passo também foi repetido duas vezes, sendo a segunda com mais preto na mistura Gun Metal(C) + Negro(V).

5-      Utilizei preto da Vallejo para pintar as sombras da espada, pois queria um acabamento mais fosco, com luminosidade apenas nos locais elegidos. Nessa etapa trabalhei com preto puro, bastante diluído, algo em torno de 1/10 e apliquei umas 3 camadas.

6-      Aqui só acrescentei umas luzes com Mithril Silver(C), principalmente no centro e misturando com o preto que tinha sobrado na paleta fiz uma mancha no meio da sombra.






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7-      Neste passo pode-se acompanhar a primeira tonalização com Turquoise Glaze(C) 1/7, com umas duas aplicações. Como a idéia era dar um aspecto limpo, apenas enriqueci o trabalho cromático com nuances azuladas , sem cair num acabamento oxidado por isto optei por uma tonalidade azul turquesa. Se, por outro lado, a idéia fosse sujar o acabamento podería utilizar laranjas, violetas e marrons, ou verde dependendo do metal que estivesse tentando simular e da intensidade de oxidação, uma boa idéia é observar como é uma superfície enferrujada no mundo real e tentar imitar sua aparência, é interessante criar uma pasta no micro e arquivar algumas imagens para utilizar como referência para consultas futuras.

8-      Continuei o trabalho de tonalização acrescentando uma quantidade muito pequena de Armour Wash(C) ao Turquoise Glaze(C) e diluí um pouco mais a mistura, 1/9. Essa mescla foi aplicada umas duas vezes, com maior ênfase nas transições entre luz e sombra, resultando já em um trabalho com transições mais suaves.

9-      Aqui se pode ver o resultado obtido após duas aplicações de veladuras com Bolt Gun Metal(C). Com a tinta bem diluída, 1/6, apliquei veladuras nas zonas intermediárias entre uma cor e outra, fazendo com que ocorra uma transição menos brusca entre as áreas de maior luminosidade e as mais sombreadas da figura.

10-      Nesta etapa mais uma vez retoquei as luzes com Mithril(C) e as sombras com Armour Wash(C), pode parecer estranho estas constantes correções, mas elas fazem toda diferença, pois trabalhando com diluições altas, quanto mais capas de pintura maior a qualidade do resultado final, maior a suavidade do trabalho.






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11-      Optei por fazer a espada com a empunhadura em bronze e os detalhes em ouro, assim, pintei os detalhes com Spearstaff Brown (C), pois queria um acabamento bastante brilhante, intenso, para as partes em ouro. Depois outra aplicação de Mithril Silver(C) e Black(V) para realçar o contraste, que é uma característica muito importante, sobretudo quanto se tratando de metais, quanto maior o contraste que conseguirmos dar melhor, mais realista parecerá nossa espada.

12-       Aplicação de Dwarf Bronze(C) e Burnished Gold(C)

13-       Nessa foto pode-se ver o resultado da adição de sombras com Brown ink(C), Rust Brown ink(C) e com Green Ink(C) em alguns pontos das partes bronze. Esse trabalho foi feito e repetido logo após sobre uma área menor e mais localizada, a diluição utilizada foi de 1/8.

14-       Aqui com Burnished Gold(C) + Sunburst Yellow(C) acrescentei mais brilho ao ouro e fiz o mesmo nas partes em bronze com Burnished Gold(C). Logo após perfilei o contorno dos rebites com Armour Wash(C), enquanto o trabalho das luzes secava. Em seguida adicionei perfilados de luzes com Mithril Silver(C), poderia ter primeiramente misturado com a cor base, mas como as superfícies são muito pequenas achei desnecessário e pulei essa etapa, passando diretamente ao Mithril Silver(C), até porque estava usando tinta muito diluída, logo, a capa foi muito fina.





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15-      Com novos retoques nos pontos de luz e reforço das sombras, mais uma veladura com Bolt Gun Metal(C) suavizando as transições e aqui temos a espada concluída, ao menos em linhas gerais, pois provavelmente até o final da mini alguma coisa ainda será melhorada, algum ponto de luz adicionado, ou transição atenuada tendo em consideração buscar uma harmonização com o resto do trabalho.

No início da postagem pode-se ver a foto da mini depois de terminada.



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quinta-feira, 21 de abril de 2011

Como Fazer uma Lightbox


          
Este pequeno artigo ensina como construir uma lightbox com materiais muito simples, que qualquer um tem fácil acesso e que pode ser elaborada com poucas ferramentas, posteriormente postarei um projeto de uma lightbox mais elaborada.

O que é e para que serve uma lighthbox

Lightbox é, como o próprio nome diz, uma caixa, utilizada por fotógrafos para fotografar pequenos objetos, como se fosse um mini estúdio fotográfico, onde é possível controlar a incidência de luz em um pequeno objeto.
Ao se posicionar uma lâmpada sobre uma miniatura para fotografá-la a luz incidirá sobre sua superfície criando reflexos e alterações na cor, distorções na percepção da realidade. Ao fotografamos uma figura é muito importante que a foto reproduza da maneira mais fiel possível a nossa pequena obra de arte.
A lightbox é um receptáculo com paredes de tecido ou papel e com um fundo. Como as paredes da caixa são transparentes elas permitem que a luz passe, mas de maneira difusa, pois a luz é filtrada pelo revestimento da lighthbox, eliminando assim sombras e reflexos indesejados.

Material

Segue uma receita rápida e simples para confeccionar uma lighthbox:
1-      Uma caixa de papelão do tamanho suficiente para colocarmos uma mini e um fundo infinito (a da foto tem as seguintes medidas: 32 de largura, 25 de altura e 25 de profundidade);
2-      Tecido branco daqueles que são usados em forro de roupas ou algum tipo de nylon fino ou papel utilizado para cobrir mesas, não é papel absorvente, pois é muito fraco, ou ainda, um papel de forno, papel manteiga também serve, o importante é que ele tenha mais transparência que uma folha de papel comum;
3-      Cola branca ou cola quente ou ainda qualquer cola que cole tecido ou papel se foro o caso;
4-      Fundo para o mini estúdio, a da foto está com um fundo em dégradé de azul para branco, mas pode-se usar uma cartolina cinza claro ou azul claro ou de qualquer outra cor;
5-      Como a caixa utilizada não era muito forte necessitou de alguns reforços em pontos específicos que foram realizados com dois cabides velhos de madeira e arame;
6-      Estilete;
7-      Tesoura;
8-      Régua;
9-      Fita Crepe.

Execução

Primeiramente foram cortadas com o estilete 3 janelas em 3 dos lados da caixa, por onde entrará a luz na lightbox, deixando uma borda de uns 1.5 à 2cm para servirem de base onde fixar o tecido e para que formem uma espécie de armação para a caixa. Foi cortada uma das laterais maiores, que será o topo da lightbox e duas das laterais menores que se tornarão as janelas laterais do aparato, deixando o fundo da caixa (onde posteriormente foi fixado o dégradé pelo lado interno e que servirá de fundo para a fotografia) e uma das laterais, que será a parte inferior, intocadas.
Após é só colar o tecido ou papel nas laterais vazadas, e dar acabamento com a fita adesiva.
Como é possível ver nas fotos, o tecido foi colado nas tampas da caixa também, assim tornam-se possíveis algumas alternativas de iluminação, o tecido não foi cortado rente ao final das abas das tampas, servindo para fechar de maneira mais efetiva a caixa, evitando ao acúmulo de poeira dentro do mini estúdio.
Depois de cortada a caixa ficou flexível demais foram então fixadas duas colunas, feitas com a parte de madeira dos cabides, também foi utilizado o arame para fazer uma armação unindo as duas colunas.
No exemplo fotografado foi utilizada apenas uma lâmpada posicionada acima da caixa, mas pode-se utilizar diversas configurações, com lâmpadas laterais ou até mesmo com iluminação frontal, com uma das lâmpadas posicionadas por trás da câmera.
Acho que as fotos demonstram bem como a coisa funciona...



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